SUPERAÇÃO


Ele não entrou para pedir ou vender, mas chamou a atenção. Com uma perna amputada, usava uma cadeira de rodas adaptada, mas não era elétrica ou de última geração.

Não tinha encosto, as rodas pareciam menores que as convencionais, o que dava um ar de leveza. O ônibus, mesmo adaptado para cadeirantes não tinha rampa ou piso baixo, mas com muita agilidade, ele simplesmente levantou-se da cadeira, dobrou-a, colocou-a embaixo do braço e pulando entrou, montou sua cadeira e se acomodou. Muitos olhos espantados o observavam.
Um rapaz jovem, forte e com uma invejável disposição para vencer os desafios, pelo menos era essa a expressão que eu via em seu rosto.

Da segunda vez que o vi notei que ele também levava uma bola de basquete, aí pensei, o rapaz é um atleta, capaz de mostrar o quanto é importante encarar os obstáculos. Quando ele chega em seu destino demonstra curiosidades, aperta o botão do sinal, levanta da cadeira, a pega no braço, pula os degraus, e lá fora, as pessoas nem piscam, e ele, simplesmente senta em sua cadeira e segue o seu caminho.

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